O crescimento do crowdfunding imobiliário
Uma nova modalidade de investimento online tem
atraído cada vez mais pessoas na França. Trata-se do crowdfunding
imobiliário, que registrou um crescimento de 80% de retorno financeiro
em 2016 e conta com 17 plataformas ativas no país.
Particulares ou empresas podem investir conjuntamente, a
partir de € 1 mil, no projeto de construção de um imóvel e receber o
reembolso do investimento, acrescido de juros de cerca de 10%, em no
máximo 3 anos. A alta rentabilidade e a rapidez do retorno são
características que explicam a atração pelo crowdfunding imobiliário.
“O usuário participa do financiamento de um promotor imobiliário que
vai construir um imóvel a partir do zero. Esse promotor, em geral, vai
colocar fundo próprios e pedir dinheiro a um banco e também pode
utilizar o crowdfunding imobiliário. Os valores adquiridos com a venda
do imóvel vão permitir a remuneração dos investidores. A ideia para o
promotor imobiliário é conseguir um financiamento. E, para os
particulares ou empresas, é ter um rendimento atraente, que vai variar
entre 8 e 10%. São rendimentos mais dinâmicos que de uma poupança ou de
uma ação”, explica Quentin Romet, presidente da empresa de crowdfunding imobiliário Homunity. O empresário explica o passo a passo para realizar o investimento: "O
usuário deve primeiramente criar uma conta no site. Depois fazer o
upload da sua carteira de identidade ou do passaporte e de um
comprovante de residência. Depois que a conta for validada, a pessoa vai
poder investir 100% online. Vai poder assinar o contrato e transferir o
dinheiro online. E, durante todo o período do investimento, ela
receberá relatórios detalhados sobre o andamento do projeto, com fotos,
até o reembolso do seu capital acrescido dos juros.” Ele lembra que todo o processo é regulamentado e controlado pela Autoridade do Mercado Financeiro na França.
Laurent Altmayer, presidente da entidade Hello Crowdfunding,
que acompanha as plataformas do setor, analisa as razões por trás do
crescimento da modalidade: "Ele se deve à popularização do produto, que
começa a se consolidar e a interessar os investidores. A taxa de
rendimento é de 10%, o que é muito interessante porque na França não há
investimentos equivalentes."
Romet diz que, na Homunity, 80% dos investidores são particulares e
20% empresas. "As pessoas físicas investem em média € 10 mil euros na
plataforma. Já uma empresa, € 45 mil. Entre os particulares temos
pessoas que trabalham e que buscam diversificar seus investimentos. E a segunda categoria são aposentados, que buscam um investimento a curto prazo, de cerca de 24 meses.”
Altmayer diz que há uma grande variedade de construções: "Há imóveis
de todo tipo. A maior parte são prédios residenciais, mas há também
imóveis comerciais, como edifícios de escritórios ou shopping centers".
Apesar de ser considerado um investimento altamente rentável, o risco
está presente. "Temos o costume de dizer que se o rendimento é elevado,
os riscos também são elevados. Efetivamente há risco de perda. É
possível, inclusive, perder todo o capital investido. Isso aconteceu
recentemente com a Terlat. Essa empresa francesa de crowdfunding
imobiliário faliu, e os investidores perderam tudo. Mas, por outro lado,
houve 80% de aumento nos reembolsos em 2016 em relação a 2015, um total
de € 10 milhões de euros. E este ano chegaremos a € 20 milhões", afirma
Altmayer.
No Brasil, a única plataforma de crowdfunding imobiliário é a a Urbe.me, que abriu as portas em 2014.
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